Leopoldina e Dudu Nicácio
Teatro Francisco Nunes
BH
11/10/2005

Tarde de sol... Jogo do Galo na televisão... Boteco com os amigos... Horas de conversa sobre tudo aquilo que vocês sabem... Leve melancolia...

Dia perfeito para um show... Ainda mais no parque... De noite... E divulgação com foto em destaque no caderno de cultura do Estado de Minas.No caminho, uma notícia horrível. O cobrador do ônibus me fala que Flamengo acabara de empatar. Seria um mal pressentimento ?

A viagem prossegiu tranquila, sem trânsito, uma brisa leve leve amenizava o calor senegalês do dia...Companheiros encontrados, ingresso pro parque (sim, dois reais pra entrar no Parque Municipal de noite), e entramos no local. A estrutura criada pelos organizadores estava muito legal. Um palco grande, de fácil acesso, locais pra bebida e alimentação bons e a iluminação criava um clima aconchegante. Mas tínhamos que entrar no Francisco Nunes, e o ingresso era cortesia.Juro que na hora de retirar o ingresso pensei: - Quer ver que não vai dar pra retirar a cortesia e vou ter que acabar comprando ? (nunca fui bem atendido, administrativamente falando em um estabelecimento cultural em BH) Dito e feito. Ahahahahahahahahahahahahah Foda né ? Obviamente não reclamei ter que pagar 5 reais em um show. Gastei com prazer.

O teatro tem um tamanho bom, cabe relativamente muita gente, confortavelmente, sem perder o clima intimista. A decoração do palco era de muito bom gosto, sem excessos, só o necessário. Gravação de DVD e tudo o mais. Num pensamento alto sobre o jogo do Galo, descubro a vitória. Pronto ! Só good vibrations para o resto da noite.

A apresentação começa. Ao fim da primeira música, nossa ! Amor à primeira música. Ahahahahahahahaah Os arranjos diferentes do disco, feito para uma banda, funciona e conquista de cara. Violão, baixo, bateria, piano, clarineta, entre percussões, sanfona (sim, acordeon é muito feio), escaleta e guitarra trouxeram outro clima ao repertório do disco de estréia. Mais coeso. e de certa forma acessível. (será que foi por isso que me conquistou de cara? talvez...)

As músicas são realmente muito boas. Trânsito, Leve e Costura soam perfeitamente nos meus ouvidos, que em um dia de sensibilidade à flor da pele, chegam a estremecer por dentro. Ruguinhas faz com que todos que já se envolveram com alguém abrir um sorriso no rosto. Pop sem concessões. É muito legal ver isso acontecendo ainda. O nosso querido colega Rafael José aparece em Lira para Viagem, e com sua atitude poser (brincadeira viu?) ajuda a banda a dar um toque de pop um pouco mais convencional ao show. Muito legal.

Quando Rodrigo Braga é chamado ao palco, temos a confirmação do conteúdo do release de Leopoldina e Dudu Nicácio. A "interpretação visceral" de Leopoldina em Palavra, somente acompanhada pelo piano, leva quase todo mundo às lágrimas (novamente) E na sequência, um samba, do caralho!, mostra a versatilidade do Dudu como compositor.

No fim, o "hit" (com o maior potencial na minha opinião) Eu te chamarei, fecha com chave de ouro um show, que só não foi impecável, pelos probleminhas na caixa esquerda do palco, que incomodaram nos momentos mais intimistas.

Mas quem se importa com isso ? Nota 10.

Pena não lembrar do set list. Mas eu arranjo isso ainda.

ps: ainda caiu um buquê (foto) em cima de mim. ahhahaahahahahahaha